sexta-feira

A sulamita e o pastor

A sulamita e o pastor
Um livro poético das Escrituras Hebraicas, que fala do inabalável amor de uma jovem sulamita (uma camponesa de Suném, ou Sulém) por um pastor, e da tentativa frustrada do Rei Salomão, de conquistar o amor dela.

A sulamita conheceu o pastor no local do nascimento dele. (Cân 8:5b) Zelosos pela castidade de sua irmã, os irmãos da sulamita tentaram protegê-la da tentação. Portanto, quando ela queria aceitar o convite de seu amado, de ir com ele ver as belezas do começo da primavera (2:8-14), eles ficaram irados com ela, e, aproveitando-se da necessidade sazonal, designaram-na para guardar os vinhedos contra as depredações das pequenas raposas. (1:6; 2:15) Exposta aos raios solares, a sulamita perdeu a alvura da sua pele. — 1:5, 6.

Mais tarde, quando estava a caminho do jardim das nogueiras, ela, sem querer, chegou ao acampamento do Rei Salomão. (Cân 6:11, 12) Quer tenha sido vista ali pelo próprio rei, quer observada por outrem e então recomendada a ele, a sulamita foi levada ao acampamento de Salomão. O Rei Salomão revelou sua admiração por ela. Mas ela não sentiu nenhuma atração por ele, e expressou saudades de seu amado pastor. (1:2-4, 7) As “filhas de Jerusalém”, por conseguinte, recomendaram que ela deixasse o acampamento e procurasse seu amado. (1:8) Salomão, porém, não estava disposto a deixá-la ir embora e começou a louvar-lhe a beleza, prometendo modelar argolinhas de ouro e botõezinhos de prata para ela. (1:9-11) A sulamita informou então o rei que o objeto de seu amor era outra pessoa. — 1:12-14.

Depois disso, o amado pastor da sulamita veio ao acampamento de Salomão e expressou seu afeto por ela. Ela também lhe assegurou o seu amor. (Cân 1:15–2:2) Ao falar às “filhas de Jerusalém”, a sulamita comparou seu amado a uma árvore frutífera entre as árvores da floresta, e solenemente as pôs sob juramento, pelo que era lindo e gracioso, a não tentarem suscitar nela um amor indesejado. (2:3-7) Sempre, mesmo durante as horas noturnas, ela continuava a ansiar o seu amado pastor, e relembrou às “filhas de Jerusalém” que elas estavam sob juramento de não tentarem despertar nela o amor até que estivesse disposto a isso. — 2:16–3:5.

Voltando a Jerusalém, Salomão levou junto a sulamita. Vendo o cortejo que se aproximava da cidade, várias “filhas de Sião” comentaram a aparência do cortejo. (Cân 3:6-11) Em Jerusalém, o amado pastor, tendo seguido o cortejo, entrou em contato com a sulamita e louvou a beleza dela, assegurando-lhe assim seu amor. (4:1-5) A sulamita expressou seu desejo de partir da cidade (4:6), e ele continuou a expressar sua admiração por ela. (4:7-16a) “Entre meu querido no seu jardim e coma dos seus frutos seletos”, disse ela. (4:16b) A resposta dele a este convite foi: “Entrei no meu jardim, ó minha irmã, noiva minha.” (5:1a) As mulheres de Jerusalém os encorajaram, dizendo: “Comei, companheiros! Bebei e embriagai-vos com expressões de afeto!” — 5:1b.

Quando a sulamita, depois de um pesadelo, contou-o às “filhas de Jerusalém” e disse-lhes que estava desfalecida de amor (Cân 5:2-8), elas queriam saber o que havia de tão especial no seu querido. A sulamita passou então a descrever seu amado em termos elogiosos. (5:10-16) Perguntada por elas onde ele se encontrava, informou-as que ele estava pastoreando entre os jardins. (6:1-3) Mais uma vez, Salomão confrontou a sulamita com expressões de louvor. (6:4-10) Informado de que ela não procurara a companhia dele (6:11, 12), Salomão rogou que ela voltasse. (6:13a) Isto induziu-a a perguntar: “Que estais contemplando na sulamita?” (6:13b) Salomão aproveitou isso como oportunidade para expressar mais admiração por ela. (7:1-9) Mas a sulamita continuou imutável no seu amor e exortou as “filhas de Jerusalém” a não despertar nela o amor, quando este não estava disposto a surgir espontaneamente. — 7:10–8:4.

Evidentemente, Salomão permitiu então que a sulamita voltasse para casa. Vendo-a chegar, os irmãos dela perguntaram: “Quem é esta mulher subindo do ermo, encostando-se no seu querido?” (Cân 8:5a) Os irmãos da sulamita não se haviam dado conta de que sua irmã tinha tal constância no amor. Em anos anteriores, um irmão dissera a respeito dela: “Temos uma pequena irmã que não tem peitos. Que faremos por nossa irmã no dia em que for pedida?” (8:8) Outro irmão respondeu: “Se ela for uma muralha, construiremos sobre ela um parapeito de prata; mas se ela for uma porta, nós a bloquearemos com uma tábua de cedro.” (8:9) No entanto, visto que a sulamita havia resistido com bom êxito a todos os induzimentos, satisfazendo-se com o seu próprio vinhedo e permanecendo leal no seu afeto ao seu amado (8:6, 7, 11, 12), ela podia dizer corretamente: “Sou uma muralha, e meus peitos são como torres. Neste caso me tornei aos seus olhos como aquela que acha paz.” — 8:10.

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